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A difícil tarefa de fazer valer a justiça

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Aos 33 anos, Bianca Miranda Maggi já viu de tudo um pouco na sua atuação como oficiala de justiça. Atualmente na Comarca de Trindade, ela conta que o início foi difícil, mas hoje, com uma bagagem de mais de 7 anos na função, consegue ter sabedoria e o discernimento necessários para a execução das ordens judiciais que precisa cumprir com profissionalismo e humanidade.


O começo da carreira foi em Vianópolis, cidade distante cerca de 100 quilômetros de Goiânia e da família. A mudança para Trindade, onde reside atualmente, só aconteceu em 2020, pouco antes da declaração da pandemia de Covid-19, que implicaria no isolamento da população, do qual oficiais e oficialas de justiça não fizeram parte. Mesmo nos piores meses da pandemia, eles continuaram em ação


Bianca já ficou perdida na zona rural, atolada sozinha sem ter a quem pedir auxílio, cumpriu mandados em locais considerados perigosos, atuou em ordens de despejo, em medidas protetivas, mas, dentre as tantas execuções de ordens judiciais que trabalhou, há um tipo especialmente difícil, por tudo que implica: a apreensão de menores. Muitos foram os casos desta natureza em que ela atuou. Alguns, ficaram marcados na memória.

“Foi um momento difícil. Eles não queriam entregar a criança e houve ameaças de agressão”

Bianca Miranda


Um caso, em especial, marcou Bianca. O de uma mãe que se prostituía e levava o filho, de pouco mais de 1 ano, junto. “Ela levava o filho quando ia atender os clientes. Essa criança viu de tudo”, lembra com pesar. Além do filho pequeno, a jovem estava grávida e era usuária de drogas, assim como seu companheiro. “Foi um momento difícil. Eles não queriam entregar a criança e houve ameaças de agressão”, conta. Bianca estava acompanhada de outro oficial de justiça, da Polícia Militar e do Conselho Tutelar.


A oficiala de justiça frisa que, por mais que esses casos sejam difíceis, é uma ordem judicial e precisa ser cumprida. “Temos que cumprir a medida pensando no bem-estar da criança”, diz. Nesse caso específico, a criança ficou sob a guarda dos avós maternos. Bianca ressalta que já fez várias buscas e apreensões de crianças e que é sempre difícil, mas que precisa agir com a razão.

“Temos que cumprir a medida pensando no bem-estar da criança”

Bianca


Recentemente, precisou cumprir um mandado de apreensão de três crianças que vinham sofrendo maus tratos dos pais. Foi um caso complicado que precisou da intervenção da polícia. “A mãe ameaçou se matar e o pai agiu de forma muito ignorante”, relembra, dizendo que é uma executora de uma ordem do judiciário que precisa ser cumprida, não cabendo questioná-la. “É claro que alguns casos causam comoção, mas é preciso ser extremamente profissional”, assinala. Bianca lembra que nunca chegou a ser agredida fisicamente, até porque não abre mão do apoio da polícia, mas inúmeros foram os casos de agressões verbais e ameaças.


Em muitos casos, é preciso muita conversa para conseguir cumprir a ordem sem maiores intercorrências. “Muitas pessoas querem ser ouvidas. Com o tempo a gente aprende a deixar as pessoas desabafarem, a tentar uma mediação, a explicar o que está acontecendo, o que pode fazer e onde procurar. Com isso, conseguimos humanizar o procedimento”, diz.

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