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50% dos oficiais de justiça federais do RS sofrem de distúrbios psiquiátricos

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Ao menos 50% dos oficiais de Justiça que atuam na Central de Mandados de Porto Alegre (Cempa) sofrem dos chamados Distúrbios Psiquiátricos Menores (DPM), nos quais se incluem males como estresse, ansiedade, depressão e neuroses. A estatística foi revelada em pesquisa de saúde física e mental realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS), junto àqueles servidores, entre os meses de setembro e dezembro de 2012. Responderam ao censo 71, dos 78 oficiais de Justiça lotados naquela unidade judiciária. O levantamento apurou informações relacionadas às consequências do trabalho na saúde dos servidores, atividades consideradas mais penosas por estes trabalhadores, violências sofridas pelos oficiais durante as suas atividades, motivos de insatisfação na carreira profissional, dificuldades em realizar o trabalho, fatores de motivação, entre outros critérios. Veja a íntegra do levantamento.

Desocupações e despejos figuraram entre as atividades taxadas como mais penosas (57,7%), seguidas por visitas a lugares pouco urbanizados, desprovidos de condições favoráveis de higiene e com histórico de violência (52,1%). Mandados cumpridos à noite ou de madrugada (38%) foram elencados, também, como tarefas perigosas pelos servidores ouvidos no censo. A falta de reconhecimento das atribuições do oficial de Justiça, entretanto, foi apontada como principal agente agressor à saúde física e mental deste grupo de servidores públicos. Falta de treinamento (90,1%), trabalho solitário e mudanças na rotina sem aviso prévio foram outros fatores ligados ao sofrimento psíquico e adoecimento físico da categoria.

Para o diretor Jurídico e de Acompanhamento Político-Legislativo da Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais do Estado de Goiás (ASSOJAF-GO), Fábio de Paula Santos, a situação detectada entre os oficiais gaúchos se assemelha ao cotidiano dos servidores goianos que atuam neste segmento. “Não há diferenças significativas. Há oscilação de índices quanto aos oficiais de Justiça avaliadores federais goianos, ora mais graves, ora menos graves”, pondera. Fábio diz que, a exemplo do que ocorre em Porto Alegre, há casos da mesma ordem em Goiás. “Temos colegas com depressão, pânico, e é registrado um alto índice de licenças médicas em nosso grupo de trabalho. O problema é que a maioria dos estudos realizados pelos Tribunais aborda todos os servidores. Não há um levantamento por grupo, como oficiais de Justiça, agentes de segurança e servidores que trabalham internamente, como este estudo realizado no Sul”, argumenta.

Fábio aponta situações que, em sua opinião, expõem oficiais de Justiça a cargas de estresse no trabalho. “É claro que muitas ações judiciais buscam o esclarecimento a respeito de uma questão de direito. Mas a maioria dos processos judiciais tratam de satisfação judicial para quem se sentiu lesado. São ações contra pessoas que não pagam o que é devido; que causaram prejuízo à outra parte; que abusaram de seus direitos. Isto sem falar nos processos criminais, onde lidamos com todos os bandidos indiciados pela polícia e denunciados pelo Ministério Público, desde estelionatários a assassinos e traficantes. Lidamos com os cidadãos mais temidos de nossa sociedade, os bandidos. Esta é a natureza de nossa atividade. Onde a ética do profissional e a moral do ser humano falham, entra a lei, regras escritas de observância obrigatória e geral. A atuação do oficial de Justiça ocorre onde houve violação da moral, da ética e da lei”, frisa Fábio de Paula.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ASSOJAF-GO(mais…)

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