
Atuar no serviço público sempre foi o objetivo de Hebert Martins de Abreu. Aprovado no concurso para Oficiais e Oficialas de Justiça de Goiás, em 2014, foi convocado em 2015 para atuar em Fazenda Nova. No interior de Goiás, vários eram os desafios para o cumprimento da função, entre eles a necessidade, em muitos casos, de percorrer grandes distâncias. Agora na comarca de Trindade, o desafio é outro: o grande volume de mandados a serem cumpridos.

Atualmente, Hebert mora em Goiânia e atua em Trindade desde 2020. Ele lembra que é uma comarca grande, com uma grande quantidade de mandados a serem cumpridos diariamente. Ao final do mês, frisa, chega a cumprir até 250 mandados das mais diversas naturezas. Para dar conta, é preciso muita organização e disciplina, mas sem perder a humanidade. “Como é uma comarca do interior, nós cumprimos mandados urgentes, de júri, fazemos o júri, plantão, presídio. É como o clínico geral, que resolve de tudo”, compara.
Tanto serviço, no entanto, não o impede de ter um olhar humanizado para as partes envolvidas. E é justamente esse olhar e a escuta que contribuem para que muitos casos se resolvam de forma pacífica. “Alguns casos demandam jogo de cintura, sobretudo aqueles em que é preciso levar polícia”, cita.
“Alguns casos demandam jogo de cintura, sobretudo aqueles em que é preciso levar polícia”, cita.
E muitos são os casos que Hebert guarda na memória. Um deles, em especial, ocorreu numa véspera de Natal, quando precisou cumprir um mandado de busca e apreensão de uma menor. “O juiz determinou que a criança, que estava com o pai, ficasse com a avó materna. Foi um caso complexo, a mãe tinha falecido e a determinação era que fosse cumprido com urgência”, lembra.
Hebert conta que, ao cumprir uma ordem como essa, é preciso olhar para todos os lados, ouvir e explicar bem tudo que está acontecendo. “Você tem que dar um tempo no início da conversa, explicar o porque está sendo cumprida a ordem. Tem que pensar em todos os lados: no pai, que tem que entregar a criança; na criança, que você tem que tentar minimizar o máximo qualquer trauma”, diz.

“É claro que tem casos que você não controla tudo, às vezes a pessoa tá muito nervosa. Mas, em geral, se você consegue explicar bem a ordem e ouvir as pessoas nos primeiros minutos, a diligência tem êxito sem grandes problemas”
Aqueles primeiros minutos da diligência, afirma, são decisivos para determinar como será o andamento. “É claro que tem casos que você não controla tudo, às vezes a pessoa tá muito nervosa. Mas, em geral, se você consegue explicar bem a ordem e ouvir as pessoas nos primeiros minutos, a diligência tem êxito sem grandes problemas”, afirma.
O Oficial de Justiça ainda destaca que, ao cumprir um mandado, é preciso olhar ao redor “Muitas vezes a pessoa não tem o que comer, como ela vai ao fórum? Tem que ter sensibilidade para perceber essas coisas no dia a dia”, diz.